ST PÃO DE ACUCAR JAVALI 0006
O javali (nome científico: Sus scrofa) ou javali-euroasiático, também conhecido como javardo, porco-bravo, porco-monteiro (no Pantanal[, porco-selvagem-euroasiático e porco-montês (as fêmeas são conhecidas como javalina e gironda),[3] é um animal artiodáctilo da família Suidae, do género Sus. Tem ampla distribuição geográfica, sendo nativo da Europa, Ásia, Ilhas Sonda e Norte da África. Em tempos recentes, a subespécie javali-europeu foi introduzida nas Américas e na Oceania.
Dentre suas subespécies, as mais populares são o Javali-europeu (Sus scrofa scrofa) e o porco-doméstico (Sus scrofa domesticus).
Etimologia
A palavra javali vem do árabe djabali ou hinzir-djabal, que significa "porco montanhês" ou "porco do mato".
O tamanho e o peso adultos são largamente determinados por fatores ambientais. Javalis que vivem em áreas áridas com pouca produtividade tendem a atingir tamanhos menores do que os que habitam áreas com abundância de alimentos e água. Os javalis são animais de grandes dimensões, podendo os machos pesar entre 50 e 250 kg e as fêmeas entre 40 e 200 kg. Medem entre 1,40 e 1,80 m de comprimento e podem alcançar uma altura no garrote de 1,10 m. Altura e peso máximos já registrados em indivíduos raros giram em torno de 1,25 metros de altura no garrote e 350 kg de peso corporal. Os machos são consideravelmente maiores que as fêmeas, além de terem dentes caninos maiores. Na Europa, os animais do norte tendem a ser mais pesados que os do sul.
A boca é provida de enormes dentes caninos afiados que projetam-se para fora da boca e crescem continuamente. Os caninos superiores são curvados para cima, e os inferiores, maiores ainda, chegam a ter 12 cm de comprimento de parte exposta. Os caninos são usados como forma de ataque e defesa, desde disputa entre machos ou luta contra predadores. O javali também consegue saltar obstáculos com até 1,50 metros de altura.
Seus poderosos músculos do pescoço lhe conferem força para cavar até 10 cm de profundidade em solo duro e congelado, e poder levantar pedras de até 50 kg. Na corrida, sua velocidade máxima chega até aproximadamente 40 km/h, dependendo do seu peso.
O corpo do javali é robusto, peludo, e possui patas relativamente curtas. Tem uma cabeça grande, triangular, com olhos pequenos. No híbrido javaporco (cruzamento de javali com porco doméstico), o crânio é mais assemelhado ao do porco doméstico
Os quartos dianteiros do javali são mais robustos que os traseiros, enquanto que no porco doméstico ocorre o contrário; a diferença se deve à intensa seleção por variedades de porcos domésticos com mais carne levada a cabo pelos criadores.
Lobos e urso disputando carcaça de javali na Hungria. Predadores naturais do javali.
No período de reprodução, os machos desenvolvem um revestimento de tecido subcutâneo, que pode ter 2-3 cm de espessura, estendendo-se desde as omoplatas até a anca, protegendo assim os órgãos vitais durante as lutas. Os machos ostentam uma pelagem grossa pelos testículos perto do orifício do pénis, que serve para reter a urina e assim emitir um odor forte.
Ao contrário de certas raças de porcos domésticos, os javalis são cobertos de pelagem. Os pelos são rijos e nos adultos variam de cor entre o vermelho-escuro e o acastanhado. Os filhotes apresentam cor de terra clara com listras negras, o que lhes dá uma camuflagem muito eficiente. A pelagem dos filhotes escurece com a idade.
Os porcos são uma das quatro espécies de mamíferos conhecidas que possuem mutações no receptor de acetilcolina nicotínico que o protegem contra veneno de cobra.
Sua expectativa de vida em estado selvagem gira em torno de 2 a 10 anos.
Seu principal predador natural é o lobo-cinzento, o qual caça em matilha separando o javali de seu grupo e cercando-o para atacar.
Os javalis preferem bosques com bastante vegetação onde possam esconder-se, mas também frequentam à noite áreas abertas, assim como áreas cultivadas. Em sua ampla área de distribuição, ocupam bosques temperados até florestas tropicais. Não habitam desertos nem alta montanha.
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica do javali desatualizadaː nativos (em verde) e áreas em que foi introduzido como espécie exótica (azul).
O javali tem ampla distribuição geográfica. Ocorrem na maior parte da Europa e em uma pequena parte do Norte da África, próximo ao Mar Mediterrâneo. Na Ásia, se distribuem pela Sibéria, Ásia Menor, Oriente Médio, Ásia Central, Índia, China, Japão e Sudeste Asiático até a Indonésia. Na Ásia, estão excluídos das regiões desérticas e altas cadeias de montanhas. Na América do Sul, como espécie invasora, são facilmente encontrados na Argentina, Uruguai e Brasil (especialmente nos Estados do Sul).
Antes, ocorriam ao longo do vale do Nilo até o Sudão, mas foram extintos nessa região há alguns séculos.
Na Europa, os javalis foram muito caçados e levados à beira da extinção em várias regiões, mas, nas últimas décadas, os animais têm aumentado em número e até recolonizado áreas de onde haviam desaparecido. As razões da recuperação na Europa incluem êxodo das populações humanas para os centros urbanos, com consequente diminuição de área cultivada, a reflorestação e a eliminação dos predadores naturais do javali, como o lobo e o lince.
No Reino Unido, os javalis foram exterminados ainda em finais do século XIII, mas, na década de 1990, se restabeleceram pequenos grupos selvagens na Inglaterra derivados de animais que escaparam de fazendas de javalis. Na Dinamarca e na Suécia, os javalis foram extintos no século XIX, mas voltaram a partir dos anos 1970. Na região italiana da Toscana, onde o javali foi extinto devido à agricultura intensiva, foram detectados animais nos anos 1990.
Como em toda a Europa, em Portugal a população de javalis foi muito reduzida pela caça e destruição dos seus habitats, mas desde os anos 1970 tem havido um grande aumento em número. Ocorrem em grande parte do território continental português.
Introdução e descontrole no Brasil
Acredita-se que na América do Sul o javali-europeu tenha sido introduzido pela primeira vez na Argentina e Uruguai por volta do século XX para fins de criação.No Brasil a criação de javalis e híbridos começou em grande escala em meados da década de 1990. Com a invasão de javalis que atravessaram a fronteira e ingressaram no Rio Grande do Sul por volta de 1989, e a fuga e soltura intencional por parte de vários criadores brasileiros no final da década de 1990 — em resposta a uma decisão do IBAMA contra a importação e criação de javalis em 1998 — inúmeros exemplares assilvestrados formaram uma população crescente, que progressivamente avança no território brasileiro. A espécie não possuí predadores naturais no Brasil, já que é uma espécie exótica, além de procriar com o porco doméstico, engendrando o chamado javaporco (neologismo criado para definir este híbrido), fatores que contribuem para o aumento exagerado da população. Com sua população em crescimento contínuo e descontrolado, sem predadores, o javali causa danos ambientais contribuindo para assoreamento de nascentes de rios e riachos, ataque a espécies nativas se alimentando de ovos e filhotes causando prejuízos para fauna, flora e para a agricultura e pecuária, já que também ataca animais de criação e pode ser portador de diversas doenças, incluindo zoonoses.
Como forma de controle para a população do javali (que é considerado uma praga e espécie nociva), sua caça e abate são permitidos para os Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs)[13] devidamente cadastradas pelo órgão de controle ambiental, o IBAMA, que, em contrapartida, procura incentivar a preservação de espécies similares de taiasuídeos nativos, como o queixada e o caititu





